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O
Espírito Santo é uma das 27
unidades federativas do
Brasil. Está localizado na
região Sudeste. Faz fronteira com o
oceano Atlântico a leste, com a
Bahia ao norte, com
Minas Gerais a oeste e noroeste e com o estado do
Rio de Janeiro ao
sul. Sua área é de 46 095,583 km². É o quarto menor estado do
Brasil, maior apenas que
Sergipe,
Alagoas e
Rio de Janeiro.
[5] Sua capital é o município de
Vitória, e sua cidade mais populosa, o município de
Serra.
O Espírito Santo é, ao lado de Santa Catarina, um dos únicos entre os
estados do Brasil no qual a capital não é a maior cidade. Outros
importantes municípios são
Aracruz,
Cariacica,
Cachoeiro de Itapemirim,
Colatina,
Guarapari,
Linhares,
São Mateus,
Viana e
Vila Velha. O
gentílico do estado é capixaba ou espírito-santense.
[5]
Em
1535, os colonizadores portugueses chegaram na
Capitania do Espírito Santo e desembarcaram na região da Prainha. Naquela época, teve início a construção do primeiro povoado que recebeu o nome de
Vila do Espírito Santo. Por causa dos índios terem atacado a Vila do Espírito Santo, o líder
Vasco Fernandes Coutinho fundou outra vila, naquela vez em uma das ilhas. Esta vila passou a ser chamada de Vila Nova do Espírito Santo (
Vitória).
Enquanto isso, a antiga recebeu o nome de Vila Velha. Houve um tempo,
que poucas pessoas conhecem, em que houve a anexação do Espírito Santo à
Bahia. Então, a capital da extinta
Capitania do Espírito Santo passou a ser
Salvador.
[6]
Atualmente, a capital
Vitória é um importante
porto exportador de
minério de ferro. Na
agricultura, merecem destaque os seguintes produtos econômicos: o
café,
arroz,
cacau,
cana-de-açúcar,
feijão,
frutas e
milho. Na
pecuária, há criação de
gado de
corte e
leiteiro. Na
indústria, são fabricados
produtos alimentícios,
madeira,
celulose,
têxteis, móveis e
siderurgia.
[6] O
estado também possui
festas famosas. Entre elas podemos citar: a
Festa da Polenta em
Venda Nova do Imigrante, a Festa da Penha em
Vila Velha e o
Festival de
Arte e
Música de
Alegre. O Vital (
carnaval fora de época, em novembro) foi extinto.
[6]
Etimologia
História
Período pré-cabralino
Inicialmente, a região era habitada por diversas tribos
indígenas,
[12] todas pertencentes ao tronco
Tupi; as tribos do interior eram chamadas de
Botocudos,
[12] sendo-lhes atribuído comportamento hostil e belicoso, além da prática de
antropofagia.
[13] No litoral, as tribos também eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes.
[12]
Colonização europeia
Em 23 de maio de 1535, o
fidalgo português Vasco Fernandes Coutinho, veterano das campanhas da
África e da
Índia, aportou em terras da capitania, que lhe destinara o rei
D. João III.
[14] Como era um
domingo do Espírito Santo,
chamou de vila do Espírito Santo a povoação que mandou construir nas
terras que lhe couberam: cinquenta léguas de costa, entre os rios
Mucuri e
Itapemirim,
[15] com outro tanto de largo, sertão adentro, a partir do ponto em que terminava, ao norte, o quinhão concedido a
Pero de Campos Tourinho,
donatário da
capitania de Porto Seguro.
[16] A Vila do Espírito Santo é hoje a
cidade de
Vila Velha.
[17] Ainda em 1535, a
vila passou à capitania, em 1822
província e em 1889 a
estado.
A fixação da vila foi uma história de lutas, pois os índios não entregaram aos
portugueses,
sem resistência, suas roças e malocas. Recuaram até a floresta, onde se
concentraram para iniciar uma luta de guerrilhas que se prolongou, com
pequenas tréguas, até meados do
século XVII.
[16] Foi assim das mais duras a empresa cometida a
Vasco Fernandes Coutinho.
Para o patriarca do Espírito Santo a capitania foi um prêmio que se
transformou em castigo; teve de empenhar todos os haveres para conservar
sua vila; acabou por morrer pobre e desvalido.
[16]
Além da insubmissão dos indígenas, o donatário teve de enfrentar as dissensões entre os portugueses. A seus companheiros
Jorge de Meneses
e Duarte Lemos concedera extensas sesmarias, usando os poderes que
recebera juntamente com a carta de doação. Com isso, criou dois rivais
implacáveis.
[16]
Duarte de Lemos fundou
Vitória — chamada de Vila Nova — na
ilha de Santo Antônio, em posição estratégica, mais vantajosa que
Vila Velha
para a defesa contra os constantes ataques dos silvícolas. Para lá se
transferiu a sede da capitania. À mesma época, chegaram os missionários
jesuítas,
empenhados na catequese, o que provocou choques com os colonos, que
preferiam a dominação do gentio pela escravidão. A presença do padre
José de Anchieta deu um sentido muito especial à ação dos padres da
Companhia de Jesus
em terras do Espírito Santo. Desde 1561, Anchieta elegera para seu
refúgio a aldeia de Reritiba, de onde teve de se afastar constantemente,
em virtude de seus encargos, ora em
São Paulo, no
Rio de Janeiro ou na
Bahia. Dois poemas escreveu ele em Reritiba: "
De Beata Virgine dei Marte Maria" ("Da Santa Virgem Maria Mãe de Deus") e "
De gestis Mendi de Saa" ("Dos feitos de Mem de Sá"). Neste último, está descrita a epopeia de uma esquadra enviada da Bahia por
Mem de Sá,
governador-geral do Brasil, em socorro a
Vasco Fernandes Coutinho e sua gente, que estavam sob cerco dos tamoios na
ilha de Vitória. A maior força dos gentios estava concentrada numa aldeia forrificada junto ao
rio Cricaré. Ali ocorreu a batalha decisiva, em 22 de maio de 1558. Os
portugueses, embora vitoriosos, sofreram pesadas baixas. Entre os mortos estavam o próprio filho de
Mem de Sá, Fernão de Sá, que comandava a esquadra; e dois filhos de
Caramuru (
Diogo Álvares Correia) com a índia
Paraguaçu.
[18]
A posição estratégica da capitania, dada a proximidade com o
Rio de Janeiro, ocasionou algumas tentativas estrangeiras de invasão. Em 1592, os capixabas rechaçaram uma investida dos
ingleses, sob o comando de
Thomas Cavendish. Em 1625, o
donatário Francisco de Aguiar Coutinho enfrentou a primeira investida dos
holandeses, comandados por
Pieter Pieterszoon Heyn,
[18] luta em que se destacou a heroína capixaba Maria Ortiz.
[19]
Em 1640, com sete navios, os holandeses atacaram novamente o Espírito
Santo, sob o comando do coronel Koin. Conseguiram desembarcar 400
homens, mas foram repelidos pelo capitão-mor
João Dias Guedes e não se firmaram em
Vitória. Atacaram então
Vila Velha,
de onde foram também rechaçados. O governo colonial, diante de tão
repetidos ataques, resolveu destacar para Vitória quarenta infantes da
tropa regular.
[18]
Nessa oportunidade a capitania progride e Koin captura duas naus
carregadas de açúcar que, atingidas pelo fogo de terra, ficam com a
carga quase toda avariada.
[18]
O esgotamento da população, que nos primeiros tempos, por diversas
vezes, ameaçara desertar a capitania, bem como a incapacidade de dar
seguimento a sua incipiente
agricultura,
denunciavam a fraqueza dos alicerces em que se baseava a colonização
local. Também aí os recursos particulares revelaram-se insuficientes
para manter empresa tão árdua e onerosa.
[18]
Em 1627, morreu o donatário Francisco de Aguiar Coutinho, cujo
sucessor, Ambrósio de Aguiar Coutinho, não se interessou pelo senhorio e
continuou como governador nos
Açores.
Sucederam-se os capitães-mores, com frequentes e sérias divergências
entre eles e os oficiais da câmara. Ao atingir a maioridade, em 1667,
Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, último descendente do primeiro donatário, conseguiu a nomeação para
capitão-mor
de Antônio Mendes de Figueiredo, governante operoso e estimado. Em 1674
efetuou-se a compra do território ao último donatário da família Câmara
Coutinho pelo
fidalgo baiano Francisco Gil de Araújo, por quarenta mil cruzados, transação confirmada por
carta régia de 18 de março de 1675.
[18]
Esmeraldas
No governo do novo
donatário,
o comércio e a lavoura se desenvolveram, mas foi totalmente frustrado o
motivo principal da compra da capitania: o descobrimento das "pedras
verdes" — as
esmeraldas.
Essa busca começara por iniciativa do governo-geral. As expedições
iniciais, denominadas por alguns historiadores "ciclo
espírito-santense", incluem-se na categoria das entradas.
[20]
Na verdade, o ciclo limitou-se a poucas expedições relevantes, cuja
importância está menos nos resultados obtidos, do que na dinamização do
interesse pela área e em um maior conhecimento do interior. Entre as
mais destacadas, contam-se as de
Diogo Martins Cão (1596), Marcos de Azeredo (1611) e Agostinho Barbalho de Bezerra (1664), que vasculharam as imediações do rio Doce.
Francisco Gil de Araújo fundou a vila de
Nossa Senhora de Guarapari e construiu os fortes do
Monte do Carmo e de
São Francisco Xavier; o de
São João, encontrado em ruínas, foi reconstruído.
[20]
Gil de Araújo promoveu 14 entradas através do rio Doce, dirigidas à
serra das Esmeraldas, as quais podem ter travado contato com os
paulistas de
Fernão Dias Pais.
Da grande atividade e do vultoso emprego de capital realizados por
Francisco Gil não resultou qualquer descoberta metalífera, embora se
tenham produzido alguns frutos na valorização das terras, pelo
estabelecimento de povoadores e criação de novos
engenhos.
[20]
Os lucros, de qualquer modo, não compensaram o investimento feito. Seu
filho e herdeiro, talvez por esse motivo, preferiu conservar-se ausente
do senhorio e, por morte deste, a capitania tornou-se devoluta, sendo
vendida à coroa por Cosme Rolim de Moura, primo do último donatário. Em
consequência, ficou o Espírito Santo submetido à jurisdição da
Bahia, e seu governo sempre a cargo de displicentes capitães-mores.
[20]
Durante o
século XVIII ainda perdurou o interesse pela
mineração, reanimado pela descoberta de
Antônio Rodrigues Arzão de pequena quantidade de ouro no
rio Doce, em 1692. Seguiram-se numerosas entradas, dando início à abertura do caminho para as
Minas Gerais, enquanto as
jazidas do
Castelo e outras atraíam moradores de capitanias vizinhas.
[20] Assistiu-se a um novo impulso de conquista e ocupação do interior, e as concessões de
sesmarias
favoreceram a fixação dos colonos mais empreendedores. O movimento
desperrou a atenção das auroridades baianas, e acabou prejudicado pelos
cuidados do
monopólio real e receio de invasão estrangeira às
Minas Gerais
a partir do Espírito Santo. Tomaram-se então medidas para fortificar
melhor a capitania, enquanto por ordem do rei ficou proibido o
prosseguimento das explorações. Impediu-se a abertura de entradas para
as minas. A capitania defendia-se de surpresas marítimas e ficava
isolada pelas defesas naturais:
florestas cerradas e selvagens inimigos.
[20] A
colonização, portanto, continuou sem maiores progressos, embora em 1741 fosse criada a
comarca de
Vitória, que abrangia São Salvador de Campos e
São João da Barra. Em 1747 o ouvidor Manuel Nunes Macedo assim descrevia a situação de Vitória:
[20]
“ |
Aqui não há cadeia nem Casa de Câmara, por terem caído de todo e não cuidarem os meus antecessores na sua reedificação (...)
pois a Câmara não tem rendimento algum. |
” |
|
— Manuel Nunes Macedo.
|
É certo que a obstinação dos mineradores e as melhorias efetuadas no
sistema de defesa acabaram por diminuir o rigor das proibições e, em
1758, de acordo com ordem régia, abriu-se um caminho para as minas e
estabeleceu-se um posto de quitação na vila de
Campos.
[20]
“ |
Sendo-me devido em particular o reanimar a quase extinta capitania do Espírito Santo, confiada até agora a ignorantes e pouco zelosos capitães-mores,
fui servido nomear para a mesma governador particular, que ora vos fica
subalterno, e escolher um nome de conhecidas luzes e préstimo na pessoa
do capitão-de-fragata Antônio Pires da Silva Pontes.[21] |
” |
|
— Dom João VI.
|
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 1800. A obra de
recuperação teve como objetivo principal melhores comunicações com a de
Minas Gerais.
Em 8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto,
conjuntamente com o representante do governo de Minas, que regulou a
cobrança de impostos entre as duas capitanias. Interessou-se também pela
navegação do
rio Doce, por abertura de estradas, pela ampliação dos cultivos e pelo povoamento da terra.
[20] Em 1810 a capitania tornou-se autônoma em relação à
Bahia, e passou a depender diretamente do governo-geral. Governou na época
Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, que não se afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Linhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.
[20]
O período colonial encerrou-se sob melhores auspícios, sobretudo em
função da diligência de Francisco Alberto Rubim, nomeado governador em
1812. Rubim foi o autor da "
Memória estatística da capitania do Espírito Santo", realizada em 1817, na qual afirmou haver na época na capitania 24.587
habitantes, seis
vilas, oito
povoados e oito
freguesias.
Consolidara-se a ocupação do território e ampliara-se a base
demográfica. Em face das dificuldades enfrentadas, esses dados revelam
um progresso nada desprezível.
[22]
Em 20 de março de 1820 foi empossado como governador
Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos, a quem coube enfrentar os dias agitados da
independência
e passar a administração à junta do governo provisório. Antes mesmo de
promulgada a constituição do império, foi nomeado presidente da
província o ouvidor Inácio Acióli de Vasconcelos.
[22]
Independência do Brasil
Durante o
movimento de independência,
em março e abril de 1821, ocorreram várias comoções políticas no
Espírito Santo, enquanto se procedia à escolha de seus representantes às
cortes de Lisboa. Após a proclamação da autonomia brasileira, foi dado
total apoio à nova realidade política, e em
1º de outubro de 1822, reconhecido imediatamente D. Pedro na condição de
imperador do Brasil.
[22]
O governo provincial enfrentou séria crise econômica nos primeiros anos da
década de 1820, ocasionada pelo estrangulamento da produção agrícola em razão da prolongada estiagem. Mesmo assim, iniciou a
cultura cafeeira. Para tanto, incentivou o aproveitamento de
terras por colonos estrangeiros, o que se deu simultaneamente à chegada de fazendeiros fluminenses, mineiros e paulistas.
[22]
A exemplo das demais províncias do sul, no Espírito Santo essa
experiência colonizadora baseou-se na pequena propriedade agrícola, que
logo se estendeu ao longo da zona serrana central, em contraste com as
áreas do sul daquela
região, onde predominava a grande propriedade.
[22]
Em 1846 fundou-se a colônia de Santa Isabel (Campinho) com imigrantes alemães de
Hunsrück e em 1855 uma sociedade particular — depois encampada pelo governo — criou a
colônia do Rio Novo com
famílias suíças,
alemãs,
holandesas e
portuguesas. Entre 1856 e 1862 houve considerável afluência de imigrantes alemães para a colônia de
Santa Leopoldina, que tinha por sede o
porto de
Cachoeiro de Itapemirim, no
rio Itapemirim, a cinquenta quilômetros da foz, no sul do estado.
[22] Rapidamente as antigas áreas de pastoreio pontilharam-se de pequenos
estabelecimentos agrícolas,
que demonstraram grande força expansiva. As colônias de Santa Isabel e
Santa Leopoldina,por exemplo, criaram desdobramenros através de todo o
planalto, entre os rios
Jucu e
Santa Maria, e mais tarde atravessaram o
rio Doce.
[22]
No processo de colonização enfrentaram os imigrantes, a par de outras dificuldades, o sério problema indígena na região do
rio Doce. Malgrado os esforços de aldeamento e as tentativas de utilização de sua mão-de-obra, sucediam-se os choques com os colonos,
[22] e chegou mesmo a verificar-se grave contenda entre índios e moradores de
Cachoeiro de Itapemirim,
[22] como elevado número de mortos e feridos, em 1825. Duas décadas depois, o comendador e futuro
barão de Itapemirim,
Joaquim Marcelino da Silva Lima, ainda tentou organizar um grande aldeamento à base de terras devolutas.
[22]
Século XIX
Os canaviais haviam sido substituídos pelos cafeeiros. Ainda não
tinha sido fundada nenhuma usina. Os engenhos centrais pouco a pouco
desapareciam. Além de fazendeiros capixabas, que passam a cultivar o
café, vieram também, com o mesmo propósito,
fluminenses,
mineiros e até
paulistas, como o
barão de Itapemirim.
[22]
Graças ao trabalho profícuo desses colonos, quando se aboliu a
escravidão dos negros — o que derrocou as grandes fazendas, de imediato ou não — a
economia do Espírito Santo
resistiu e proporcionou aos seus presidentes, depois de proclamada a
república, os meios necessários para empreendimentos como a construção
de estradas de ferro, expansão do ensino e organização de planos
urbanos, com
Muniz Freire; instalação de
água,
luz,
esgoto,
bondes elétricos, de um
parque industrial, de uma usina elétrica e de uma usina de açúcar em
Cachoeiro de Itapemirim e na vila de
Itapemirim, de uma fazenda-modelo em
Cariacica, além de reforma da instrução pública e construção de grupos escolares e de pontes entre Vitória e o litoral e
Colatina e o norte do
rio Doce. Essas e outras obras foram realizadas com recursos provenientes sobretudo do
café produzido pelas colônias de imigrantes europeus organizadas desde a
monarquia.
[22]
Com a irradiação ferroviária que o
café suscitou em meados do
século XIX, o Espírito Santo beneficiou-se da rede de leitos, cujo centro estava em
Campos dos Goitacases e que estabelecia comunicações entre duas importantes áreas cafeeiras: a
Zona da Mata, em
Minas, e o sul capixaba. Apesar de situada fora da região de cultivo, a cidade de
Vitória
foi a que mais progrediu sob o surto daquela lavoura, e já em 1879
processaram-se os primeiros estudos destinados à construção do porto,
que deveria escoar toda a produção da província. Atendendo às novas
exigências, em meados do século começou a funcionar a imprensa capixaba,
[22] [23] com a circulação do jornal
O Correio da Vitória,
[23] de propriedade de Pedro Antônio de Azeredo,
[23] a partir de 1849.
[23]
No final do
século XIX, os capixabas, sobretudo a intelectualidade, aderiram ao
movimento abolicionista. A exemplo do que aconteceu nas demais
províncias,
surgiram associações ligadas à emancipação, como a Sociedade
Abolicionista do Espírito Santo (1869) ao lado de acirrada campanha
jornalística e parlamentar. No próprio edifício da Câmara Municipal de
Vitória fundou-se uma sociedade libertadora (1883). Durante a
propaganda, evocava-se a crueldade dos
castigos infligidos aos
escravos, como sucedera após a insurreição de cerca de 200 negros no distrito de Queimados, em 1849.
[23]
Ainda no final do
século XIX, coincidindo com a fixação da
constituição estadual
(1891 e 1892), o governador eleito recorreu a reformas e incentivos
econômicos que deram novo impulso ao estado. A fim de assegurar uma
receita mais sólida, levantou empréstimos externos, que favoreceram a
lavoura cafeeira e permitiram maiores investimentos agrícolas. O
Espírito Santo obteve assim uma arrecadação cinco vezes mais alta que a
da antiga província. Efetuou-se o saneamento de
Vitória e em 1895 foi inaugurado o primeiro trecho da
Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, entre Porto de Argolas e Jabaeté.
[23]
Séculos XX e XXI
A ocupação do
norte do Espírito Santo só começou nas primeiras décadas do
século XX, e ganhou novo impulso depois da construção da ponte de
Colatina sobre o
rio Doce,
inaugurada em 1928. A economia capixaba contou com a migração de
contingentes do sul e do centro do país para aquela área, e assim
firmou-se o cultivo do
café, que respondeu por 95% da receita em 1903. Durante a
primeira guerra mundial, o
porto de Vitória figurava como o segundo grande exportador nacional.
[23]
Com a
Revolução de 1930 assumiu a direção do estado, na qualidade de interventor,
João Punaro Bley, mantido pelo
Estado Novo até 1943, e sob cuja administração se iniciaram obras para ampliar o
porto de Vitória e para construção de cais de minério, este arrendado em 1942 pela
Companhia Vale do Rio Doce. No governo de
Jones dos Santos Neves, em 1945, foi criada a
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), primeira iniciativa referente ao ensino superior no estado.
[23] Para ampliar a exportação de
minério de ferro oriundo de
Minas Gerais, a
Companhia Vale do Rio Doce construiu o
porto de Tubarão, em
Vitória,
com capacidade para estocar um milhão de toneladas de minério, receber
navios de até cem mil toneladas e carregá-los a um ritmo de seis mil
toneladas por hora. As obras foram iniciadas em 1966 e terminadas em
tempo recorde. Situado dez quilômetros ao norte da capital, é um dos
maiores portos de minério do mundo. Com a transferência para Tubarão da
maior parte da
exportação de
minério de ferro, o
porto de Vitória ficou liberado para outras aplicações.
[23]
Com a instalação de Tubarão a região foi dotada de uma infraestrutura
que propiciou o surgimento de um novo complexo industrial, do qual faz
parte uma usina de
pelotização de
minério de ferro, com capacidade de produção de dois milhões de toneladas anuais.
[23]
Inaugurada em 1976, entrou em atividade em 29 de novembro de 1983, dez
anos depois de iniciadas as obras, a Usina Siderúrgica de Tubarão, que
representou um investimento total de três bilhões de dólares. A fase foi
marcada por um intenso esforço de industrialização provomido pela
Companhia de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo (Codes), mais
tarde transformada no Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo
(Bandes). No início da década de 70 foi criado o FUNDAP (Fundo de
Desenvolvimento para Atividades Portuárias) que consistia de um
incentivo financeiro para a instalação de empresas importadoras,
incentivando as atividades portuárias. Instalaram-se fábricas de
café solúvel,
massas alimentícias,
chocolates,
azulejos e
conservas de
frutas, e aprovaram-se projetos para a implantação de
fábricas de
laticínios,
calçados, material elétrico,
óleos comestíveis e
sucos cítricos.
[23]
A partir de 2006, a precariedade dos
presídios passou a ser noticiada, pois provocou
rebeliões,
assassinatos e até
esquartejamentos (na Casa de Custódia de Viana); em 2009, presos são mantidos em
contêineres de
aço, sem ventilação adequada, por falta de
celas.
[34] Em março de 2010, essa situação é discutida em um painel na Comissão de Direitos Humanos das
Nações Unidas.
[35]
Cumprindo parcialmente compromissos assumidos, o governo desativa as
celas metálicas e demole a Casa de Custódia de Viana, em maio de 2010.
[36] Em outubro, sete
penitenciárias foram vistoriadas por uma
comissão liderada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e da
Ordem dos Advogados do Brasil.
[25] O relatório, a ser entregue à
Procuradoria Geral da República, sugere providências urgentes e
intervenção federal no sistema penitenciário do
estado.
[25]
Geografia
O
Pico da Bandeira, com 2 891 metros de altitude, é o ponto culminante do estado
Vale do Canaã, típica paisagem na região central do Espírito Santo.
O estado do Espírito Santo ocupa uma área de 46 095,583 km² no litoral do Brasil, localiza-se a oeste do
Meridiano de Greenwich e a sul da
Linha do Equador e com fuso horário de menos três horas em relação à hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da
região Sudeste, fazendo divisa com os estados de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. O estado é banhado pelo
oceano Atlântico.
[37]
Relevo
A maior parte do estado caracteriza-se como um
planalto, parte do
maciço Atlântico.
[42] A
altitude média é de seiscentos a setecentos metros, com
topografia bastante acidentada e
terrenos arqueozoicos, onde são comuns os picos isolados, denominados pontões e os
pães-de-açúcar. Na região fronteiriça com Minas Gerais, transforma-se em
área serrana, com altitudes superiores a mil metros, na região onde se eleva a Serra do Caparaó
[42] ou da Chibata. Aí, se ergue um dos pontos culminantes do Brasil, o
Pico da Bandeira, com 2 890m.
[39]
De forma mais esquemática, pode-se compor um quadro morfológico do relevo em cinco unidades:
- a baixada litorânea,[42] formada por extensos areais, praias e restingas;[43]
- os tabuleiros areníticos, faixa de terras planas com cerca de cinquenta metros de altura, que se ergue ao longo da baixada e a domina com uma escarpa abrupta, voltada para leste;[44]
- os morros e maciços isolados, que despontam no litoral e, em alguns locais, dão origem a costas rochosas, cujas reentrâncias formam portos naturais, como a Baía de Vitória;[44]
- as planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios, que às vezes terminam em formações deltaicas, de que é exemplo a embocadura do Rio Doce;[44]
- a serra, rebordo oriental do Planalto Brasileiro, com uma altura geral de setecentos metros,[42] coroada aqui e ali por maciços montanhosos, entre os quais a referida Serra do Caparaó.[44]
Ao contrário do que ocorre nos estados do Rio de Janeiro e de
São Paulo, onde constitui um escarpamento quase contínuo, no Espírito Santo o rebordo do
planalto apresenta-se como zona
montanhosa muito recortada pelo trabalho dos rios, que, nela, abriram profundos
vales. A partir do centro do estado para
norte, esses terrenos perdem altura e a transição entre as
terras baixas do
litoral e as terras altas do
interior vai se fazendo mais lenta, até alcançar o topo do
planalto no estado de Minas Gerais. Dessa forma, ao norte do
Rio Doce, a
serra
é substituída por uma faixa de terrenos acidentados, mas de altura
reduzida, em meio aos quais despontam picos que formam alinhamentos
impropriamente denominados serras.
[45]
Clima
Vegetação e hidrografia
O Espírito Santo está incluído em sua totalidade no
bioma da
Mata Atlântica, apresentando desde
fitofisionomias florestais em áreas com altitude menor, até fitofisionomias abertas, em áreas com maior altitude.
[47] [48] Entre as fitosionomias florestais destacam-se a
floresta ombrófila densa, que ocupava quase 70% do estado, e a
floresta estacional semidecidual, que ocupava cerca de 23%.
[49] A
floresta ombrófila aberta, mais rara, ocupava cerca de 3% do estado, sendo encontrada no sudeste e noroeste.
[49]
Do ponto de vista geológico, o Espírito Santo é dividido em zona de
tabuleiros, zona serrana e planície costeira, com extrema influência na
vegetação encontrada nessas zonas.
[49]
As floresta úmidas da zona de tabuleiros (abaixo de 300 m de altitude) do norte do Espírito Santo e sul da
Bahia frequentemente são chamadas de "mata de tabuleiro", e apresentam pouca vegetação rasteira, muitas
epífitas e
lianas.
[50] As árvores podem ter até 30 m de altura e a primeira vista, essa floresta apresenta semelhanças com a
Floresta Amazônica.
[49] Hoje em dia, a mata de tabuleiro só é encontrada em bom estado de conservação na
Reserva Biológica de Sooretama e na
Reserva Natural Vale.
[50] No litoral, também observa-se a presença de
restingas e
mangues, principalmente ao norte do
rio Doce.
[47]
Muitas vezes, as restingas limitam-se apenas às praias, mas podem
avançar para o interior, unindo-se com as matas de tabuleiros.
[49]
A zona serrana, localizada em terras altas e vales do interior ao sul
do rio Doce principalmente, possui desde florestas com muita vegetação
rasteira (entre 300 e 2 000 m de altitude), até
campos de altitude, acima dos 2 000 m.
[49] Alguns autores denominam essa vegetação de "floresta pluvial atlântica".
[49] Principalmente na
Serra do Caparaó, encontra-se uma vegetação aberta denominada
campo rupestre, ainda muito pouco estudada pela ciência e que vem se mostrando ser um ecossistema único.
[51]
Atualmente, a vegetação nativa do Espírito Santo está reduzida a
menos de 15% da cobertura original: em 2011, calculava-se que havia
apenas 5 107,53 km² de florestas, o que totalizava cerca de 11,07%.
[48]
Por conta de sua semelhança, principalmente na parte norte do estado,
com o sul da Bahia, a Mata Atlântica capixaba está incluída em um
projeto de
corredor ecológico que visa integrar as unidades de conservação desse estado com os do sul baiano, o chamado "
Corredor Central da Mata Atlântica".
[52]
Litoral
Trindade e Martim Vaz é um arquipélago vulcânico localizado no Atlântico Sul, cerca de 1200 quilômetros a leste de Vitória
O litoral capixaba é rochoso ao sul, com falésias de arenito, e
também na parte central, com grandes morros e afloramentos graníticos a
beira mar, o litoral sul-central é muito recortado com muitas enseadas e
baias protegidas por rochas e afloramentos rochosos a beira mar, é
arenoso ao norte, com praias cobertas por uma vegetação rasteira e
extensas dunas, principalmente em
Itaúnas e
Conceição da Barra.
[53]
O estado possui um litoral mais recortado no centro-sul, e mais mar
aberto no norte, o que faz a maior parte das ilhas se concentrarem na
parte central do estado, porém o estado possui várias ilhas. Ao todo,
são 73 ilhas localizadas na costa do estado, sendo 50 localizadas na
capital Vitória.
[53]
Ecologia
O estado também é conhecido por possuir diversos locais que servem para armazenamento dos ovos de
Tartarugas-marinhas (
Cheloniidae). No estado, o
TAMAR,
um projeto conservacionista brasileiro dedicado à preservação de
espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção, mantém sete bases
do projeto no estado:
Itaúnas,
Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação,
Vila de Regência,
Ilha da Trindade e
Anchieta.
Os trabalhos de monitoramento das praias realizados pelas equipes do
TAMAR normalmente são realizados entre os meses de setembro e março, no
fim do período reprodutivo. As tartarugas marinhas demoram até 20 anos
para chegar à idade reprodutiva e de cada mil filhotes que nascem apenas
um chega à fase adulta. Ou seja, das 100 mil tartarugas nascidas no
último ano, daqui a vinte anos, provavelmente, estima-se que apenas 100
retornem para desovar.
[55]
Demografia
Crescimento populacional |
Censo |
Pop. |
|
%± |
1872 |
82 137 |
|
1890 |
135 997 |
|
65,6% |
1900 |
209 783 |
|
54,3% |
1920 |
457 328 |
|
118,0% |
1940 |
790 149 |
|
72,8% |
1950 |
957 238 |
|
21,1% |
1960 |
1 170 858 |
|
22,3% |
1970 |
1 599 333 |
|
36,6% |
1980 |
2 023 340 |
|
26,5% |
1991 |
2 598 231 |
|
28,4% |
2000 |
3 097 232 |
|
19,2% |
2010 |
3 512 672 |
|
13,4% |
Fonte: IBGE[56] |
Em relação ao ano de 1991, quando a
população era de 2 598 231,
[60] esses números mostram uma
taxa de crescimento anual de 2% ao ano, inferior a do Brasil como um todo (1,6%) para o mesmo período (1991-2000).
[61] Ainda segundo o
censo demográfico de 2000, o Espírito Santo é o décimo quarto estado mais populoso do Brasil e concentra 1,82% da
população brasileira.
[61] Do total da população do estado em 2000, 1 562 426 habitantes são mulheres e 1 534 806 habitantes são homens.
[62] Para 2006, a estimativa é de 3 464 285
habitantes.
[61]
A
densidade demográfica no estado, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de 76,23 habitantes por quilômetro quadrado, sendo a
sétima segunda maior do Brasil e com uma densidade comparada à do país asiático
Malásia.
[70] A distribuição da
população estadual é desigual, apresentando maior concentração na região serrana, no interior. Nessa área, a
densidade demográfica atinge a média de 50 hab./km² e a ultrapassa no extremo
sudoeste. A Baixada Litorânea, faixa que acompanha o litoral, apresenta quase sempre
densidades
inferiores à média estadual. Apenas nas proximidades de Vitória
observa-se uma pequena área com mais de 50 hab./km². A parte norte da
baixada litorânea é a menos povoada do estado. Seis
municípios (Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares) concentram mais de 45% da
população do Espírito Santo (1975).
[71]
Densidade demográfica do Espírito Santo.
0-25 hab/km²
25-50 hab/km²
50-100 hab/km²
100-150 hab/km²
150-200 hab/km²
200-300 hab/km²
300-400 hab/km²
400-500 hab/km²
> 500 hab/km²
O
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, considerado como "elevado" pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,740, segundo dados do
ano de 2010, sendo naquele período, o
sétimo mais alto entre as unidades federativas do Brasil[72] [73] . Naquele ano, considerando apenas a educação, o
índice era de 0,653, considerado "médio"; o
índice de longevidade era de 0,835, considerado "muito alto" e o
índice de renda era de 0,743, considerado como "alto".
[72] A
renda per capita é de 20 231
reais.
[74] Entre 1991 e 2000, o estado registrou uma forte evolução tanto no seu IDH geral quanto na
educação,
longevidade e
renda, critérios utilizados para calcular o índice.
[75] A
educação foi o critério que mais evoluiu em nove anos, de 0,304 em 1991 para 0,491 em 2000, e em 2010 o valor passou a ser 0,653.
[72] Depois da educação, vem a longevidade, que em 1991 tinha um valor de 0,686, passando para 0,777 em 2000 e 0,835 em 2010.
[72]
E, por último, vem a renda, o critério que menos evoluiu entre 1991,
quando era de 0,619, e 2000, ano em que foi calculado como sendo de
0,687,
[72] , avançando para o valor de 0,743 em 2010.
[72] Quanto ao
IDH,
que é uma média aritmética dos três subíndices, a evolução também foi
significativa, passando de 0,505 em 1991 (considerado como "baixo" pela
ONU) para 0,64 em 2000 (considerado "médio" pela ONU), e para 0,74 em 2010 (considerado "elevado" pela ONU).
[72]
Em 2010, o município com o maior IDH era a capital,
Vitória,
com um valor de 0,845, considerado como "muito elevado" pelo PNUD no
período, posicionado na primeira posição entre os municípios capixabas
naquele ano e na quarta posição entre todos os municípios do país,
empatado com
Balneário Camboriú (SC), e ficando atrás somente de
São Caetano do Sul (SP),
Águas de São Pedro (SP) e
Florianópolis (SC)
[73] . Já dentre as capitais estaduais do país,
Vitória foi posicionada naquele período em segundo lugar, perdendo apenas para
Florianópolis,
Santa Catarina. Concomitantemente, o município com menor IDH foi
Ibitirama[73] , situado na
Mesorregião do Sul Espírito-Santense,
possuindo o índice no valor de 0,622, que possuindo todos os
indicadores sociais abaixo da média estadual no período, estava
posicionado na 78° e último lugar entre os municípios do estado e no
3653° lugar entre todos os municípios brasileiros, com um IDHM
considerado "médio" pelo PNUD
[76] . No ano 2000, o município capixaba mais bem avaliado de acordo com o IDH era mais uma vez a capital,
Vitória, com o índice no valor de 0,759
[73]
, considerado como "elevado" no período, estando ranqueado na sétima
posição na época entre todos os municípios do Brasil, ficando atrás
apenas de
São Caetano do Sul (SP),
Águas de São Pedro (SP),
Santos (SP),
Balneário Camboriú (SC),
Niterói (RJ) e
Florianópolis (SC). No mesmo período, o município com menor valor de IDH era
Santa Leopoldina, situado na
Mesorregião Central Espírito-Santense,
com um índice de 0,468 no período, considerado como "baixo" à época. Já
no ano de 1991, o município com melhor IDH do estado era igualmente a
capital,
Vitória,
com um índice de 0,644, considerado como "médio" pela ONU e sendo
posicionado na sexta posição entre todos os municípios do Brasil,
ficando atrás somente de
São Caetano do Sul (SP),
Santos (SP),
Florianópolis (SC),
Niterói (RJ) e
Porto Alegre (RS).
O
coeficiente de Gini, que mede a
desigualdade social, é de 0,50, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor.
[77]
A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 30,88%, o limite
inferior da incidência de pobreza é de 29,04%, o superior é 32,73% e a
subjetiva é 28,51%.
[77]
Religião
Ainda segundo o Censo IBGE 2010, as Igrejas evangélicas são seguidas
por 33,1% dos capixabas, o que faz do Espírito Santo o estado mais
evangélico do Brasil. São muitas as igrejas evangélicas, sendo a maior a
Assembleia de Deus em suas várias ramificações, seguida da
Igreja Cristã Maranata, fundada no estado há 43 anos e da multifacetada
Igreja Batista e da
Igreja Universal do Reino de Deus. É possível encontrar também praticantes de religiões de origem africana, além de espíritas e outros.
[82] O
luteranismo
também está presente em todo o estado, mas é nas regiões serranas, onde
há maior quantidade de descendentes de alemães e pomeranos, que sua
presença é mais forte.
[83]
De acordo com dados do
censo de 2010 realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Espírito Santo está composta por:
católicos (53,4%),
evangélicos (33,1%), pessoas
sem religião (9,61%),
espíritas (0,72%),
budistas (0,02%),
muçulmanos (0,00%),
umbandistas (0,14%) e
judeus (0,01%).
[81]
Etnias
O censo do
IBGE de 2010 revelou os seguintes números: 1,7 milhão
brancos (48,6%), 1,5 milhão
Pardos (42,2%), 293 mil
Negros (8,4%) e 0,8% amarelos (21,9 mil) ou
Indígenas (9 mil).
[87]
A população do estado, assim como no resto do Brasil, foi formada por
elementos indígenas, africanos e europeus. O Espírito Santo, no
século XIX, contava com uma grande população de origem indígena e africana. Depois da colonização portuguesa, a partir do
século XIX o estado recebeu levas consideráveis de imigrantes, na maioria italianos, mas também alemães, portugueses e espanhóis.
[88]
Municípios mais populosos
- Vitória, a capital do estado, tem o segundo melhor IDH entre as capitais do Brasil, ficando atrás somente de Florianópolis,[89] . Foi construída numa ilha montanhosa, o que também dificultou seu crescimento, mas foi fundamental para sua fundação de 105 km². É ligada ao continente pela Ponte Florentino Avidos,[90] pela Ponte do Príncipe (Segunda Ponte)[90] e Terceira Ponte ao sul,[90] e pelas pontes da Passagem,[90] Ayrton Senna[90] e de Camburi ao norte.[90] Vitória é a capital e o mais importante município capixaba. Centro comercial e cultural, destaca-se também pelos importantes portos de Tubarão[90] e Vitória.[90] A capital forma com os municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha a Região Metropolitana de Vitória,[91] conhecida como Grande Vitória, que abriga 1.627.651 habitantes (2005),[92] sendo Serra o município de maior população.[93]
- Serra é o município mais populoso do estado, localizado na Grande Vitória. Nele ficam localizados o Porto de Tubarão e vários balneários importantes, como Jacaraípe e Nova Almeida.
A cidade possui o maior polo industrial do estado, tendo em seu
território os centros industriais Civit I, Civit II e o TIMS. A ArcelorMittal Tubarão também se faz presente no município, sendo a maior siderúrgica do estado e uma das maiores do país.[94]
- Vila Velha
é a cidade mais antiga e a segunda mais populosa do estado, com quase
500 mil habitantes, localizada na Grande Vitória; tem o segundo melhor
IDH do estado. A cidade vem experimentando rápido desenvolvimento e
progresso; nela fica também a principal rodovia estadual, a Rodovia do Sol. Possuí muitas fábricas, inclusive a Chocolates Garoto, maior fábrica de chocolate do Brasil, e dois portos, o de Capuaba e o de Vila Velha.[95]
- Cariacica,
localizado na Grande Vitória, é mais populosa que a capital Vitória,
porém possui o menor IDH da região, sendo uma grande periferia da
capital. A maior atividade econômica e geradora de empregos é a fábrica
da Coca-Cola, a maior da empresa no Brasil. A cidade é cortada por duas das mais importantes rodovias do Brasil, a BR-101 e a BR-262.[96]
- Cachoeiro de Itapemirim é o principal centro urbano do sul do estado.[93] Além de centralizar grande parte da produção agrícola e pecuária desta região,[97] o município destaca-se ainda pelo seu parque industrial.[97]
Problemas atuais
O desenvolvimento
social e
econômico do Espírito Santo, a par de transformar o estado em um dos mais ricos do Brasil, acarretou também os seguintes fenômenos:
[98]
- Saúde: com 49% dos problemas,[98] a ausência de médicos com frequência e a precariedade de um sem-número de hospitais superlotados de pacientes do Espírito Santo são a tônica preocupante desse setor infraestrutural.[99]
- Criminalidade: com 34% dos problemas,[98] o Espírito Santo é o segundo estado com o pior índice de criminalidade da federação brasileira.[100] Embora o número de homicídios tenha caído ultimamente, de acordo com o Mapa da Violência, feito com base no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, com divulgação ocorrida em maio de 2014 foi confirmado que o estado permaneceu nesta posição.[100]
- Educação: com 32% dos problemas,[98]
os quais as escolas públicas precisam combater são a evasão escolar, a
estrutura física precária e a questão de gerir, acompanhar e investir o
que está faltando para construir mais escolas, bibliotecas escolares/colegiais/universitárias, jardins de infância, colégios, salas de aula, faculdades, etc.[101]
- Impostos: o problema dos impostos corresponde a 20% do total,[98] sendo a oitava pior preocupação dentre os maiores problemas do estado.[98]
- Drogas: com 21% dos problemas,[98] as drogas são o quinto maior fator preocupante do estado em relação à média nacional.[98]
- Pobreza: com 22% dos problemas do estado,[98]
cerca de 126 mil pessoas consideram-se pobres ao extremo no Espírito
Santo. De acordo com a Secretaria de Estado de Assistência Social,
Trabalho e Direitos Humanos, este é o número de capixabas vivendo com
uma renda inferior a R$ 78,00 por mês.[102]
O
município mais violento do Espírito Santo e da
Região Sudeste do Brasil é
Serra, na
Região Metropolitana de Vitória; é também o quarto mais violento do
Brasil (102,4), registrando, em 2006,
[104] taxas médias de homicídio superiores apenas às dos municípios de
Vitória,
Viana,
Cariacica,
Linhares e
Pedro Canário. O
município com a menor taxa média de
homicídios é
Marechal Floriano, na
Mesorregião Central Espírito-Santense, mais precisamente na
Microrregião de Afonso Cláudio.
[105]
Governo e política
O estado do Espírito Santo é governado por três poderes, o
executivo, representado pelo
governador, o
legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, e o
judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo e outros tribunais e
juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de
referendos e
plebiscitos.
[106]
O Espírito Santo está dividido politicamente em 78 municípios.
[110] O mais populoso deles é Vila Velha, com 416 mil habitantes,
[93] sendo o município mais antigo do estado.
[111] Sua
região metropolitana possui aproximadamente 1,7 milhão de habitantes.
[112]
Subdivisões
Mesorregiões
Uma mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega
diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas
e sociais. Foi criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e
não constitui, portanto, uma entidade política ou administrativa.
Oficialmente, as quatro mesorregiões do estado são:
- Central Espírito-Santense:
é uma mesorregião formada pela união de vinte e quatro municípios
agrupados em quatro microrregiões. Pelo fato de nela estar localizada a
capital do estado, é a mais populosa, reunindo a maioria da população
capixaba. Municípios importantes dessa mesorregião são Vitória, Vila Velha, Cariacica,Guarapari, Domingos Martins, Serra, Afonso Cláudio, Venda Nova do Imigrante e Santa Maria de Jetibá. É a única mesorregião limítrofe com todas as demais mesorregiões do Espírito Santo.[113]
- Norte Espírito-Santense:
é a terceira mais populosa do estado, formada pela união de três
microrregiões que compartilham quinze municípios. Municípios importantes
da mesorregião são Aracruz, Linhares e São Mateus;[114]
- Noroeste Espírito-Santense:
é a menos populosa do estado, formada pela união de dezessete
municípios agrupados em três microrregiões, além de ser a única do
estado onde nenhum de seus municípios tem litoral. Municípios
importantes dessa mesorregião são São Gabriel da Palha, Nova Venécia e Colatina.[115]
- Sul Espírito-Santense:
é a segunda mais populosa do estado, formada pela união de 22
municípios agrupados em três microrregiões. Municípios importantes dessa
mesorregião são Marataízes, Cachoeiro do Itapemirim e Castelo.[116]
Microrregiões e municípios
Além da mesorregião, existe a
microrregião, que é, de acordo com a
Constituição brasileira de 1988, um agrupamento de
municípios
limítrofes, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e
a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por
lei complementar estadual. O Espírito Santo é dividido em treze microrregiões. São elas:
Vitória,
Afonso Cláudio,
Guarapari,
Santa Teresa,
Linhares,
Montanha,
São Mateus,
Barra de São Francisco,
Colatina,
Nova Venécia,
Alegre,
Cachoeiro do Itapemirim e
Itapemirim.
[117]
Regiões administrativas
Durante a década de 2000, por sucessivas leis estaduais, foram
criadas e alteradas regiões de gestão e planejamento, estabelecidas com o
objetivo de centralizar a atividades das secretarias estaduais. Seus
limites nem sempre coincidem com os das mesorregiões e
microrregiões do Espírito Santo.
[120]
As onze regiões administrativas do estado são: Metropolitana (Grande
Vitória), Pólo Linhares, Litoral Sul, Pólo Afonso Cláudio (Sudoeste
Serrana), Litoral Norte, Extremo Norte, Pólo Colatina, Noroeste 1,
Noroeste 2, Pólo Cachoeiro de Itapemirim, Caparaó (
Microrregião de Alegre).
[120]
Economia
Exportações do Espírito Santo - (2012)
[121]
Na produção agrícola, destacam-se a
cana-de-açúcar (2,5 milhões de toneladas), a
laranja (175 milhões de frutos), o
coco-da-baía (148 milhões de frutos) e o
café (1 milhão de toneladas). O total de
galináceos no estado é de aproximadamente 9,2 milhões de
aves, e o de
gado bovino ultrapassa 1,8 milhão de cabeças. Há reservas importantes de
granito e uma incipiente extração de
gás natural e
petróleo.
Areias e
mármores também são importantes produtos do extrativismo capixaba. Embora relativamente pequeno, o
parque industrial do Espírito Santo abriga indústrias
químicas,
metalúrgicas,
alimentícias e de
papel e
celulose.
[122]
Em 2012, a pauta de exportação do Espírito Santo se baseou em Minério
de Ferro (52,49%), Petróleo Cru (10,87%), Pastas Químicas de Madeira Á
Soda ou Sulfato (10,01%), Pedras de Cantaria ou Construção (5,58%) e
Café (4,42%)
[121] .
Setores
A
criação de bovinos serviu-se de solos virgens no
norte do estado, em terrenos desmatados.
[16] Nessa área cria-se e engorda-se
gado de corte, e ali desenvolveu-se a
indústria frigorífica, cuja
carne é enviada principalmente para o Rio de Janeiro, além de abastecer a
região de Vitória. No
sul pratica-se muito a
pecuária leiteira, e o
leite é comercializado, por meio de
cooperativas, nos mercados do
Rio de Janeiro e
Vitória.
[16] De desenvolvimento mais recente são a
silvicultura e a
fruticultura, com aproveitamento para conservas de
frutas e para a produção de
celulose, destacando-se nessa última atividade alguns projetos de
reflorestamento, que poderão compensar em parte o
desmatamento avassalador sofrido pelo estado.
[16]
O
subsolo do estado é rico em
minerais, inclusive petróleo. Há consideráveis reservas de
calcário,
mármore,
manganês,
ilmenita,
bauxita,
zircônio,
monazitas e terras raras, embora nem todas em exploração. No
extrativismo mineral, destaca-se a exploração, na área de Cachoeiro de Itapemirim, de reservas de
mármores,
calcário e
dolomita.
[16]
O
setor terciário é pouco desenvolvido em todo o Estado.
[129]
No entanto, a atividade comercial adquire certa importância com as
exportações de minério de ferro proveniente de Minas Gerais, através da
Estrada de Ferro Vitória a Minas
e é embarcado nos portos de Atalaia e ponta do Tubarão. Por outro lado,
a ligação de Cachoeiro de Itapemirim à cidade do Rio de Janeiro, por
rodovia pavimentada, permitiu a incorporação da região à bacia leiteira
fluminense e facilitou a exportação de produtos agrícolas, como
café,
milho,
mandioca,
arroz e
hortigranjeiros.
[129]
Petróleo
Nos últimos anos, o Espírito Santo vem se destacando na produção de
petróleo e
gás natural. Com várias descobertas realizadas, principalmente pela
Petrobras,
o Estado saiu da quinta posição no ranking brasileiro de reservas, em
2002, para se tornar a segunda maior província petrolífera do País, com
reservas totais de 2,5 bilhões de barris. São cerca de 140 mil barris
diários. Os campos petrolíferos se localizam tanto em terra quanto em
mar, em águas rasas, profundas e ultraprofundas, contendo óleo leve e
pesado e gás não associado.
[130]
Dentre os destaques da produção está o campo de Golfinho, localizado a
norte do estado, com reserva de 450 milhões de barris de óleo leve,
considerado o mais nobre. O primeiro módulo de produção do local já está
em operação, com o FPSO Capixaba, e o segundo deve iniciar a operação
até o final deste ano, com o FPSO Cidade de Vitória.
[130]
Há ainda os campos de Jubarte, Cachalote, Baleia Franca, Baleia Azul,
Baleia Anã, Caxaréu, Mangangá e Pirambu, que fazem parte do denominado
Parque das Baleias, no Sul, que somam uma reserva de 1,5 bilhão de
barris. O Espírito Santo é atualmente responsável por 40% das
notificações de petróleo e gás natural brasileiras, conforme
levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustível (ANP) desde sua criação, em janeiro de 1998.
[130]
A indústria de petróleo no Espírito Santo possibilita o pagamento de
royalties
relacionados à exploração de petróleo e gás natural aos municípios nos
quais estão localizados os campos produtores e as instalações das
empresas. Para beneficiar os 68 municípios capixabas que não recebem
royalties petrolíferos, o Governo do Estado criou o Fundo para Redução
das Desigualdades Regionais, o primeiro projeto desta natureza aprovado
no país. Os recursos são provenientes do repasse de 30% dos royalties
creditados no cofre público estadual. Em vigor desde junho de 2006, a
distribuição do dinheiro do fundo leva em consideração a população, o
percentual de repasses do ICMS e a condição de não ser grande recebedor
de royalties. As cidades que têm participação acima de 10% no ICMS e
mais de 2% dos royalties não têm acesso aos recursos do Fundo.
[130]
Infraestrutura
Saúde
|
Mortalidade infantil |
20,1 por mil nascimentos[131] |
Médicos |
15,7 por 10 mil hab. (2005)[131] |
Leitos hospitalares |
1,8 por mil hab. (2005).[131] |
Em 2005, existiam, no Estado, 1.755
estabelecimentos hospitalares, com 7.684
leitos e 378
médicos, 35
enfermeiros diplomados e 210
auxiliares de enfermagem.
[132] Em 2010, dos 1.755
hospitais existentes, 125 eram de
adultos e
crianças, 88 eram exclusivamente de
crianças, sendo 98
gerais e 22 especializados.
[132] [133] Em 2005, da população, 84,4% dos capixabas tinham acesso à rede de
água,
[131] enquanto 75,7% se beneficiam da rede de
esgoto sanitário.
[131]
Energia
Atualmente a situação energética do Estado do Espírito Santo é de confiabilidade, por se conectar ao
Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-oeste
através de um anel de transmissão. O estado produz 33% de suas
necessidades, importando, consequentemente, 67% da energia requerida de
FURNAS Centrais Elétricas S.A. As concessionárias de distribuição de
energia elétrica operando no Espírito Santo são a
Espírito Santo Centrais Elétricas S/A (Escelsa), atualmente uma empresa do grupo
EDP, e Empresa Luz e Força Santa Maria (ELFSM).
[134]
Com seu franco desenvolvimento, expansão e a crescente demanda por
fontes energéticas que sustentem de maneira consistente este processo, o
Espírito Santo vem utilizando como principal
energia alternativa a
energia eólica. O processo consiste na conversão do vento em energia elétrica através de
aerogeradores - gigantes turbinas em forma de cata-vento colocadas em pontos estratégicos onde a ação do vento é intensa.
[135]
Educação
O Estado dispunha em 2008 de uma rede de de 2.733
escolas de
ensino fundamental, das quais 482 estaduais, 1.986 municipais, 1.157
particulares e 6
federais. O corpo docente era constituído de 29.282
professores, sendo que 6.777 trabalhavam nas escolas
públicas estaduais, 18.146 nas escolas públicas municipais e 4.359 nas escolas
particulares. Estudavam nestas
escolas 553.396
alunos, dos quais 491.342 nas escolas públicas e 62.054 nas escolas
particulares. O
ensino médio foi ministrado em 438 estabelecimentos, com a matrícula de 139.984
alunos. Dos 139.984 discentes, 119.478 estavam nas escolas públicas e 20.506 nas
particulares. Quanto ao
ensino superior, em 2008, o estado possuía 91
estabelecimentos, com 6.490 professores e 89.610
discentes.
[136]
Comunicações
Os principais
jornais diários editados em Vitória são a
Gazeta, o mais antigo e de instalações mais modernas; o
Diário,
Diário Oficial do Estado e
A Tribuna. Em Cachoeiro de Itapemirim, circula o Correio do Sul; em Colatina, a
Folha do Norte. As principais
emissoras de radiodifusão da capital são a Rádio Espírito Santo,
[141] que emite em
ondas médias,
tropicais e de
frequência modulada, a Rádio Vitória e a Rádio Capixaba, ambas em ondas médias e curtas. Os municípios de Cariacica, Colatina,
Mimoso do Sul e
Santa Teresa também possuem
emissoras de rádio.
[141] Na capital, funcionam a
TVE Espírito Santo,
[142] a
TV Gazeta, a
TV Vitória, a
TV Tribuna, a
TV Capixaba e a
RedeTV! ES.
[142] Há torres repetidoras de emissoras do Rio de Janeiro.
[143]
Transportes
A
Estrada de Ferro Vitória a Minas escoa minério de ferro de
Itabira (MG) até o porto de Tubarão, e volta com carvão para
siderurgia. Também faz
transporte de passageiros e carga geral no
vale do
rio Doce. A
Ferrovia Centro-Atlântica serve ao sul do estado e comunica Vitória com o estado do Rio de Janeiro. As principais
rodovias são a
BR-101, que corta o estado de norte a sul, pelo litoral, e a
BR-262, que liga Vitória a
Belo Horizonte (MG) e ao extremo oeste do país. Outras rodovias importantes são a
BR-482, que atravessa
Alegre e
Jerônimo Monteiro e entronca com a BR-101 no distrito de Safra; a
BR-342, que liga
Ecoporanga a
Nova Venécia, no norte do estado; e a
BR-381, que liga o município de
São Mateus ao município de
São Paulo, passando por
Nova Venécia e
Barra de São Francisco.
[146] O estado possui dois
portos, ambos na capital: o
cais comercial de Vitória e o
porto de exportação de minério de ferro de Tubarão.
[146]
Segurança pública
Cultura
Instituições culturais
As principais entidades culturais do estado encontram-se na
capital: a
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES),
[156] o
Instituto Histórico e Geográfico, a
Associação Espírito-Santense de Imprensa, a
Academia Espírito-Santense de Letras, a Associação Espírito-Santense de Juristas, a Arcádia Espírito-Santense, a
Associação Médica do Espírito Santo,
a Academia Feminina de Letras, o Instituto dos Advogados, o Centro
Capixaba de Folclore e o Instituto Espírito-Santense de História,
Geografia e Arte Religiosa.
[157] Em
Cachoeiro de Itapemirim há a Academia Cachoeirense de Letras.
[157]
Na
capital, o museu histórico mais relevante é o
Museu Solar Monjardim, antigo Museu de Arte e História e Museu Capixaba, anteriormente vinculado à
Universidade Federal do Espírito Santo e na atualidade, administrado pelo
Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
[160] O museu encontra-se instalado no Solar Monjardim, tombado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e antiga Casa-Grande da Fazenda, hoje bairro, de Jucutuquara.
[161] No centro histórico da capital encontram-se o
Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo (Maes)
[162] e o
Museu Capixaba do Negro Verônica da Paz (Mucane).
[163] No município vizinho de
Vila Velha, o
Museu Ferroviário da Vale, na antiga sede da
Estação Pedro Nolasco, oferece vista para o centro de Vitória.
[164]
Monumentos
São tombados pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional os seguintes monumentos: a igreja de Nossa Senhora da Assunção (1587) e residência contígua, em
Anchieta, onde morou o clérigo
José de Anchieta;
[166] a igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em
Viana;
[167] a igreja dos Reis Magos (1558) e residência contígua, em
Nova Almeida, município da
Serra.
[168] Em
Vitória, está localizados o Solar de Monjardim,
[158] a igreja de São Gonçalo Garcia (1766),
[169] a
igreja de Nossa Senhora do Rosário (1765)
[170] e a igreja de Santa Luzia (1547).
[158] Em
Vila Velha, o célebre
convento e igreja de Nossa Senhora da Penha,
[171] localizado a 135m de altura sobre a entrada da
baía de Vitória,
[172] e a igreja matriz de Nossa Senhora do Santo Rosário, todos do
século XVI.
[173]
Folclore
Em
Vitória, as festas populares tradicionais mais distintas são as de
Nossa Senhora da Penha,
[174] as comemorações católicas de Santo Antônio, em 13 de junho,
[175] de
São Pedro dos Pescadores, na praia do Suá, em 29 de junho,
[176] e de
Nossa Senhora da Vitória, em 8 de setembro.
[177] Em
Guarapari e
Conceição da Barra, realizam-se as festas de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de outubro,
[158] e o alardo, realizada no ciclo de
Natal ou nos dias
19 e 20 de janeiro.
[158] Em
Cachoeiro de Itapemirim, o Dia de Cachoeiro, 29 de junho,
[178]
é celebrado com uma semana de eventos em que ocorrem exposição
agropecuária, bailes, shows populares, desfiles e caxambu da ilha da
Luz.
[158] Em diversas cidades e aldeias litorâneas, como
Guarapari,
Marataízes,
Anchieta,
Piúma e
Conceição da Barra, o
dia de São Pedro, 29 de junho, padroeiro dos pescadores, é festejado também com procissões marítimas.
[158] Em
Conceição da Barra, acontece a festa do Reis de Bois, no ciclo natalino.
[179]
Pontos turísticos
As
praias de
areia monazítica de
Guarapari, aconselhadas para a cura de
reumatismo e
artrose,
[180] e o
convento de Nossa Senhora da Penha, em
Vila Velha, são os maiores pontos turísticos do estado.
[158] Em
Vitória, são locais importantes o
palácio Anchieta, prédio onde funciona o governo estadual;
[181] as igrejas tombadas de Santa Luzia, do
Rosário e de São Gonçalo Garcia;
[158] o
Parque Moscoso, com concha acústica com capacidade para atrair 400 espectadores sentados;
[182] o porto, com seu terminal de exportação de minério; as praias:
Comprida, Suá,
Camburi e do
Canto;
[183]
Festivais
A cultura do estado sofre forte influência de alemães, italianos e
afro-descendentes, o que gera diversas manifestações culturais e festas
singulares. Os principais eventos no estado, são de entretenimento,
culturais e musicais, o maior evento do estado é a Vitória Stone Fair,
maior exposição de Rochas Ornamentais do mundo, porém existem vários
outros de importância quase igual, voltados ao setor agropecuário e ao
setor alimentício.
[190]
A maioria dos eventos, de pequeno, médio e grande porte, ocorre no
Pavilhão de Carapina, espaço construído pelo governo do estado, para
sediar eventos, no município de Serra.
[190]
Existe em
Itapemirim
a Tradicional Festa do Atum e do Dourado, sendo uma das principais
festas da cultura pesqueira do Brasil, onde há anexado a festa o
Festival de Frutos do Mar Capixaba, no distrito de Itaipava. Reúne mais
de 50 mil pessoas por dia, onde tem a oportunidade de experimentar
tradicionais pratos em frente ao mar, além da tradicional volta dos
barcos, em que pecorrem a ilha dos Franceses e o preparo do Peixe no
Rolete.
[191] Há também a tradicional festa de
Corpus Christi, realizada por volta dos meses de maio e junho, onde em
Castelo
são confeccionados tapetes artesanais em um perímetro aproximado de um
quilômetro pelo entorno do centro da cidade. Esse tapetes com vários
quadro e passadeiras de desenho e muito colorido são de inspiração
religiosa e feitos basicamente de flores, serragem colorida e grãos.
Outro importante evento é a Festa do Cafona, em Colatina, evento que
reúne pessoas de todo o Brasil, que se vestem de forma inusitada e
propositalmente ridícula para ouvir músicas com letras provocativas e
também ridículas e fazerem coisas bizarras e obscenas. Também há o
Festival de Alegre, na cidade de
Alegre,
importante evento do cenário musical nacional, reúne as maiores e mais
populares bandas brasileiras e as vezes, até bandas estrangeiras. Há
também a tradicional e italiana festa da polenta realizada em Venda Nova
do Imigrante. O maior rodeio do estado é o de
Ibiraçu, onde a um encontro de música Sertaneja. O Festival de Inverno de
Domingos Martins e a Festa do Vinho, são os maiores eventos da região serrana do estado.
[191]
Há também várias manifestações culturais importantes, como a festa de
Exposição Municipal Afonso-Claudense e a festa do Afonso-Claudense
Ausente e Presente, que comemora o aniversário do município de
Afonso Cláudio;
[192] o Boi Pintadinho, em
Muqui;
[193] a Sömmerfest em
Domingos Martins;
[194] a Festa do Imigrante em
Santa Teresa;
[195] a Festa do Morango em
Domingos Martins;
[196] a Festa de São Benedito, na cidade de
Serra;
[197] e a Festa da Penha, maior festa religiosa do estado que reúne cerca de 900 mil fiéis durante a Semana Santa, no
Convento da Penha em Vila Velha, durante o período são celebradas muitas missas e romarias.
[198]
Na capital acontece o desfile das escolas de samba capixabas, que
reúne no Sambão do Povo, como é conhecido o Sambódromo Capixaba, mais de
cinquenta mil pessoas, fora os que desfilam, prestigiam as 14 escolas
da
Grande Vitória
que desfilam em três dias de muita festa e animação. O desfile das
escolas de samba capixabas acontece sempre uma semana antes do carnaval
oficial e tem como atual campeã a
Independentes de Boa Vista.
[199] A
Liga Espírito-santense de Escolas de Samba
(LIESES) é o órgão organizador dos desfiles em parceria com a
prefeitura. Depois de dois anos em grupo único, os desfiles voltarão, em
2011, a serem divididos em dois grupos que desfilarão em 3 dias
distintos.
[200]
Esportes
No setor esportivo, a secretaria responsável por atuar nessa área é a
Secretaria de Esportes e Lazer,
[201] que tem como secretário Vanderson Alonso Leite,
[201] , apelidado de Vandinho, natural de
Baixo Guandu e formado em
administração com ênfase em
análise de sistemas.
[202] O estado é sede de diversos clubes de futebol conhecidos nacionalmente, como, por exemplo, o
Rio Branco Atlético Clube, a
Desportiva Ferroviária,
Sociedade Desportiva Serra Futebol Clube e o
Vitória Futebol Clube.
[203] O
Campeonato Capixaba de Futebol é organizado pela
Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo e realizado ininterruptamente desde 1917, sendo um dos mais antigos torneios de futebol organizados no Brasil.
[204] O estado possui diversos estádios de futebol, como o
Salvador Venâncio da Costa, o
Governador Bley (todos em
Vitória), o
Mário Monteiro (em
Cachoeiro do Itapemirim), o
Engenheiro Alencar de Araripe (em
Cariacica), o
Municipal Justiniano de Mello e Silva (em
Colatina), entre muitos outros.
[205]
Em 2010, segundo a Confederação Brasileira de Futebol, o estado aparece
na décima-quinta colocação no ranking nacional das federações
estaduais.
[206]
Outros esportes também têm popularidade no estado. No
vôlei,
o órgão responsável pela atuação no esporte é a Federação
Espírito-Santense de Voleibol, que possui diversos clubes filiados e
organiza todos os torneios oficiais que envolvam as equipes do estado.
[207] No
basquete, a federação responsável é a
Federação Capixaba de Basquetebol.
[208] No
skate, existe a Associação Capixaba de Skate (ACSK) responsável pela organização de eventos e afins relacionados ao esporte.
[209]
Todos os anos, o estado realiza os "Jogos Escolares do Espírito Santo",
evento da secretaria de esportes do governo estadual, que reúne
diversas modalidades esportivas.
[210]
Feriados
No Espírito Santo há dois
feriados
estaduais que são eles o dia da Colonização do solo espírito-santense,
no dia 23 de maio, e o Dia do Servidor Público, no dia 28 de outubro.
[211]
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